sábado, 21 de julho de 2012

Nadal fora de combate e as chances de Bellucci na final de Gstaad




Rafael Nadal, atual campeão olímpico, anunciou a desistência da Olimpíada de Londres 2012 devido a uma tendinite nos joelhos, que o deixou fora das quadras por 15 dias, possa ter influenciado em sua eliminação precoce em Wimbledon, e o fez cancelar o jogo exibição contra Novak Djokovic marcado para o último dia 14 no Santiago Bernabéu.

Não é a primeira vez que algo assim acontece com o espanhol. Aos 26 anos, sua carreira é marcada por títulos, e também por muitas lesões. A mais grave provavelmente ocorreu em 2009, onde após perder nas oitavas em Roland Garros, ficou de fora de Wimbledon, só voltando nos Masters americanos pré US Open.

Em 2010, o problema nos joelhos foi contornado com a descoberta de um tratamento com plasma enriquecido pelo Dr. Mikel Sanchez. O tratamento consiste em injetar plasma enriquecido com fatores de crescimento no joelho do jogador, e deu muito certo. O espanhol fez o melhor ano da sua carreira, conquistando os três Masters no saibro,o ATP 500 de Barcelona, Roland Garros, Wimbledon e o US Open. Antes da temporada de saibro deste ano, Nadal se tratou desta mesma forma, e fez uma campanha perfeita no "saibro vermelho". Conquistou em sequência o Masters 1000 de Monte Carlo, o ATP 500 de Barcelona, o Masters 1000 de Roma e um inédito heptacampeonato em Roland Garros. Após isto, parecia ser o favorito para Wimbledon. Mas, seu calcanhar de Aquiles voltou a dar as caras... Fez um estreia instável contra Bellucci, e foi eliminado surpreendentemente por Lukas Rosol na segunda rodada. Nadal, por ser dono de um jogo dependende do físico, seu corpo fica mais suscetível a lesões... O espanhol ficou 15 dias de repouso, tentando se recuperar a tempo para o grande evento esportivo que se inicia na próxima sexta-feira, chegou até a receber a bandeira na qual carregaria na abertura, mas para a surpresa de muitos, anunciou que não poderá estar presente... O mesmo declarou ser este "um dos momentos mais tristes da carreira"

O espanhol também seria o porta-bandeira da Espanha na Olimpíada. O próprio declarou que sonhava com este dia, certamente a maior honra que um atleta pode ter numa cerimônia de abertura olímpica. A notícia caiu como uma bomba em seu país natal, onde lá este é o maior símbolo esportivo do país, um exemplo de esportista, de superação, de nunca desistir.

Rafael Nadal, agora 3º do ranking da ATP, deverá voltar ao circuito profissional apenas no Masters de Cincinnati, o último deste porte pré US Open.

Sem o atual campeão de Roland Garros, o tênis sai perdendo com esta ausência. A Olimpíada não contará com um dos principais atletas desta edição, e ficará sem um dos melhores tenistas da história. E por que não dizer que as chances de certos tenistas irem mais longe sem o espanhol por perto são relativamente maiores?

Para saber mais sobre a lesão que deixou Rafael Nadal fora de Londres, clique aqui http://www.tenisnews.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=48402


Thomaz Bellucci, ex-top 20, que havia sofrido uma queda considerável no ranking, vem embalado após o título no Challenger de Braunschweig há duas semanas e a semi em Stuttgart semana passada, buscará a revanche contra Janko Tipsarevic e o bi em Gstaad amanhã. Com condições semelhantes a Madri, a cidade suíça favorece o jogo do brasileiro, já que a quadra se torna um pouco mais rápida. O brasileiro foi derrotado pelo sérvio na última semana, por 4/6, 6/2 e 4/6. Se não fosse tão avoado mentalmente seria um jogador bem melhor do que já é. Quando vem em grande fase, infelizmente é temporária, basta uma derrota precoce em outro torneio para este embalo ir embora e demorar bastante pra voltar. Bellucci já derrotou Murray, já chegou perto de derrotar Djokovic, Federer, abriu 4/0 contra Nadal em WB, poderia ter vencido aquele set, mas se afobou quando foi quebrado, e o espanhol é o espanhol. Caso Bellucci vença amanhã, dependendo da chave em Londres, acredito que este possa até ir longe na Olimpíada. É manter o foco, sacar bem, cometer poucos erros, usar mais slices, e principalmente, não dar aquelas subidas à rede totalmente displicentes, como fez algumas vezes na semana passada. Seus "approaches", infelizmente, ainda são um problema a ser solucionado, pois perdeu pontos fáceis desta forma semana passada. Venceu o segundo set com autoridade, por 6/2, e num momento mental a seu favor, foi quebrado de cara no primeiro game do terceiro set, e não conseguiu reparar o erro. O brasileiro chega a final sem perder sets, acredito que sua confiança estará ainda maior do que no duelo passado contra Tipsarevic, e acho que o paulista possa até mesmo vencer em sets diretos. Esta semana, o brasileiro enfim derrotou Mikhail Youzhny, para quem havia perdido ano passado em um jogo épico de 5 horas pela Copa Davis, e num momento excelente, já que Brasil x Rússia em breve se enfrentarão de novo, desta vez no saibro em Ribeirão Preto.

Com o bi em Gstaad, o paulista poderá se igualar a Fernando Meligeni e Jaime Oncins com três títulos de ATP conquistados na carreira. O primeiro fez seis finais deste nível. O maio vencedor brasileiro, é claro, Gustavo Kuerten, nosso eterno tricampeão de Roland Garros e número 1 do mundo, com vinte títulos em vinte e nove decisões, que recentemente entrou para o Hall da Fama do tênis. O maior vencedor do circuito é Jimmy Connors, com 107 títulos em 158 finais, um aproveitamento de 67,7%. Roger Federer vem em quarto, e Rafael Nadal em décimo. VAMOS BELLUCCI!

Abaixo, o brasileiro Bellucci com o troféu do ATP de Gstaad, em 2009.

2 comentários:

  1. Pois é... Essa notícia pegou todo mundo de surpresa mesmo, eu estava com medo de o Rafa não chegar a final, mas não me passou pela cabeça que ele não fosse nem chegar até Londres... Agora lembro que você chegou a cogitar essa hipótese, de ele não se recuperar a tempo. Infelizmente aconteceu e essa foi a melhor decisão a ser tomada. Com certeza essa olimpíada vai perder parte do seu brilho sem o Rafa. Eu queria tanto ver ele na cerimônia de abertura, ele estava tão orgulhoso em poder carregar a bandeira de seu país. Não acompanhei o drama de 2009, mas tomara que também dessa vez ele consiga sair fortalecido e jogando ainda melhor. Quanto ao Bellucci vou tentar torcer por ele, realmente o cara joga bem quando está em um bom dia, o maior problema dele é mesmo a confiança e o foco no seu jogo. Valeu pelo post Gabriel, continue postando, sempre fico sabendo de coisas importantes através deles.

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  2. Ah essa noticia do Rafa :/ Eu sinceramente quando tinha visto que ele não iria mais fazer aquela exibição com o Djokovic, já achava que era algo um pouco sério, mas nada que o impedisse de participar da Olimpiadas, achava que durante aqueles dias que ele ficaria em repouso melhoraria. Mas quando eu vi que ele desistiu, não consegui segurar as lagrimas e fiquei (e estou) preocupada. Todos sabem que o Rafa ama esse clima de olimpíada, ficar na vila olimpica, ter contato com os outros atletas... Para ele ter desistido, certamente é algo mais sério do que o que nós achávamos, deve ser algo realmente grave, o que nos deixa preocupados. Ele com certeza não desistiria se não fosse nada muito grave e que no futuro possa agravar ou algo do tipo. Todos sabem que o Rafa, na maioria das vezes, joga não estando no seu melhor, com dores e lesões. E ele não vai carregar a bandeira :/ o que realmente me deixa mais triste não é a desistência em si, porque enfim, era a decisão correta a ser tomada e ele tem que respeitar os limites do seu corpo, mas sim saber que ele sofreu e está sofrendo com isso tudo, está triste, arrasado.. Espero que ele se recupere o mais rápido possível, porque para mim tênis sem esse tal de Rafael Nadal é sem graça e fica meio que um vazio sem ele. A olimpíada não vai ser a mesma com a ausência de um atleta como o Rafa, e vai perder muito com isso, pois ele é um dos poucos que entende realmente o que é a olimpíada e o que ela representa, ele realmente vive isso tudo. Atletas como Federer, Djokovic e outros não vão ficar na Vila, preferiram ficarr em hotéis/casas, mas o Rafa é diferente, ele tem esse espirito olímpico e se não tivesse tido essa infelicidade, certamente agora estaria lá na vila curtindo cada momento e cada experiência. É uma pena isso ter acontecido logo com ele, que "trata" a olimpíada com mais carinho, que espera 4 anos por essa oportunidade de representar o país dele. O que resta agora é torcer para o Bellucci nas Olimpiadas.. Beijos, Carol!

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