Pouco mais de 140 dias afastado das quadras devido a uma síndrome de Hoffa, Rafael Nadal, atual campeão de Roland Garros, ausente desde a inesperada eliminação para Lukas Rosol em Wimbledon, voltou hoje a uma quadra de tênis, algo que faz há muito tempo com muita dedicação, foco, objetividade, dentre vários outros atributos.
A falta que ele faz ao circuito é inegável. Com todo respeito a Federer, Djokovic e Murray, Nadal é dono de um estilo único, que mudou para sempre a maneira de jogar tênis.
Para mim, que o acompanho desde meados de Roland Garros 2007, sei muito bem das limitações deste atleta que depende demais do físico para ser tão competitivo como é.
Não é de hoje que seu joelho o traz problemas. Este sempre teve que conviver com lesões, como explicado acima, mas jamais teve algo tão grave quanto teve este ano que o fez perder quase a metade do circuito. Com a notícia de lesão pós-Wimbledon, certamente, muitos como eu temeram o pior... Um claro sinal, que com a idade passando, o corpo, obviamente vai se desgastando, e com isso vai ficando mais vulnerável a lesões. Nada mais natural, que, infelizmente, seu jogo vá decaindo com o tempo. E com o tênis cada vez mais físico do que técnico, resta saber até onde o espanhol pode chegar...
Todos nós pudemos perceber o quão doloroso posso ter sido a ausência do espanhol, especialmente durante a Olimpíada, e o que significaria para este ser o porta-bandeira do seu país. Por motivo de força maior, este não pôde concretizar o seu desejo. Quem sabe não fica pra 2016?
É evidente que a partir de agora Nadal passe a disputar mais jogos no saibro, onde é claramente sua superfície favorita, e este desgasta menos o joelho, por ser uma superfície mais lenta que as quadras rápidas(hards) de cimento.
Seu retorno em um torneio deverá acontecer no torneio-exibição de Abu Dhabi no próximo dia 28/12, onde estarão lá Andy Murray, Novak Djokovic, dentre outros. Será importantíssimo para verificar em que nível o espanhol de Mallorca estará depois de tanto tempo fora da ação e o que precisa evoluir até o Aberto da Austrália. Neste último, acredito que poderá chegar à segunda semana, mas conquistar o torneio parece ser algo bem distante. No entanto, nunca duvidem deste ser.
O ex-número 1 do mundo claramente não é o tenista mais talentoso do circuito. Porém, joga com raça, paixão, nunca se dá por vencido, é batalhador, guerreiro... Segundo o treinador e tio Toni Nadal, "Rafa" não é especial, mas joga com o coração".
Rafael Nadal está feliz de novo. Segundo o próprio, "não há felicidade sem sofrimento". E como sofreu para reencontrá-la...
Abaixo, o vídeo de Rafael Nadal voltando à rotina: