terça-feira, 20 de novembro de 2012

De volta à rotina





Pouco mais de 140 dias afastado das quadras devido a uma síndrome de Hoffa, Rafael Nadal, atual campeão de Roland Garros, ausente desde a inesperada eliminação para Lukas Rosol em Wimbledon, voltou hoje a uma quadra de tênis, algo que faz há muito tempo com muita dedicação, foco, objetividade, dentre vários outros atributos.

A falta que ele faz ao circuito é inegável. Com todo respeito a Federer, Djokovic e Murray, Nadal é dono de um estilo único, que mudou para sempre a maneira de jogar tênis.

 Para mim, que o acompanho desde meados de Roland Garros 2007, sei muito bem das limitações deste atleta que depende demais do físico para ser tão competitivo como é.

Não é de hoje que seu joelho o traz problemas. Este sempre teve que conviver com lesões, como explicado acima, mas jamais teve algo tão grave quanto teve este ano que o fez perder quase a metade do circuito.  Com a notícia de lesão pós-Wimbledon, certamente, muitos como eu temeram o pior...  Um claro sinal, que com a idade passando, o corpo, obviamente vai se desgastando, e com isso vai ficando mais vulnerável a lesões. Nada mais natural, que, infelizmente, seu jogo vá decaindo com o tempo. E com o tênis cada vez mais físico do que técnico, resta saber até onde o espanhol pode chegar...

Todos nós pudemos perceber o quão doloroso posso ter sido a ausência do espanhol, especialmente durante a Olimpíada, e o que significaria para este ser o porta-bandeira do seu país. Por motivo de força maior, este não pôde concretizar o seu desejo. Quem sabe não fica pra 2016?

É evidente que a partir de agora Nadal passe a disputar mais jogos no saibro, onde é claramente sua superfície favorita, e este desgasta menos o joelho, por ser uma superfície mais lenta que as quadras rápidas(hards) de cimento.

Seu retorno em um torneio deverá acontecer no torneio-exibição de Abu Dhabi no próximo dia 28/12, onde estarão lá Andy Murray, Novak Djokovic, dentre outros. Será importantíssimo para verificar em que nível o espanhol de Mallorca estará depois de tanto tempo fora da ação e o que precisa evoluir até o Aberto da Austrália. Neste último, acredito que poderá chegar à segunda semana, mas conquistar o torneio parece ser algo bem distante. No entanto, nunca duvidem deste ser.

O ex-número 1 do mundo claramente não é o tenista mais talentoso do circuito. Porém, joga com raça, paixão, nunca se dá por vencido, é batalhador, guerreiro... Segundo o treinador e tio Toni Nadal, "Rafa" não é especial, mas joga com o coração".

Rafael Nadal está feliz de novo. Segundo o próprio, "não há felicidade sem sofrimento". E como sofreu para reencontrá-la...


Abaixo, o vídeo de Rafael Nadal voltando à rotina:



terça-feira, 13 de novembro de 2012

Tetra!!!!!!!

 



Presidente Prudente, 11/11/2012. 18:59 da noite. No estádio José Eduardo Farah, o Fluminense abrira dois gols de vantagem sobre o desesperado Palmeiras, mas o adversário em menos de 5 minutos conseguira igualar o marcador. O placar já passava dos 40 do segundo tempo, e o único Tricolor do mundo só precisava de um gol para comemorar o 4º título brasileiro de sua gloriosa história. O time ia para o ataque, Thiago Neves toca pra Jean, e o volante, como um exímio lateral direito, cruza rasteiro pra Fred, o matador, o destruidor, artilheiro do campeonato com 19 anos, chutar para a eternidade. A partir daquele momento, o camisa 9 só corroborava ainda mais o seu nome na história do Tricolor. História que vem sendo escrita shakespeariamente desde 2009. Ao apito final de Leandro Vuaden, Galvão Bueno bradava, como em 1994: "É TETRAAAA! É TETRAAA"!

Com 76 pontos, após o empate do Atlético-MG o Fluminense sagrava-se campeão brasileiro dois anos após o tricampeonato, este que só veio após 26 anos de espera. Se há dois anos o protagonista foi um argentino baixinho chamado Darío Conca, desta vez Fred, que decidiu muitos jogos, teve sua vez. Literalmente mandou na grande área, fez "arte", como o voleio contra o Flamengo...

A campanha foi quase impecável: em 35 jogos, 22 vitórias, 10 empates e apenas 3 derrotas. Para os adversários invejosos que querem tirar o mérito dessa conquista, só lhes resta o silêncio. Já dizia Nelson Rodrigues: "Grandes são os outros, o Fluminense é enorme." Tão enorme que fez o Brasileirão, um dos campeonatos mais difíceis do mundo parecer um Espanhol, onde um time parece ser infinitamente superior a todos os outros, e conquistou o título com três rodadas de antecipação.

Além de Fred, tivemos muitos outros jogadores importantes na campanha. Diego Cavalieri, sem duvidas o melhor goleiro dos últimos 30 anos do Flu, e por que não colocá-lo ao lado de Castilho, Paulo Victor e Felix? Em muitos jogos, pegou pensamento. Quando é marcada uma penalidade contra o Flu, acredito que muitos torcedores ficam aliviados, pois sabem que ali guardando as traves há um goleiro com uma frieza espetacular, que é capaz de defender um pênalti ao apagar das luzes de um Fla x Flu. O que o aguarda no Maracanã, quando este estiver a todo vapor outra vez?

Wellington Nem, o motorzinho do time. Quando a bola chega aos seus pés, ele ganha na velocidade do adversário, que cai estatelado no chão, como um jaca madura, e vai correndo, correndo, até deixar a velocidade luz pra trás. Ou entãi,dribla este, que após um piscar de olhos, já o vê bem longe, no horizonte... Também decidiu muitos jogos, como o confronto contra o Inter no Beira-Rio.

Deco, apesar de ter sofrido com lesões, tem visão de jogo privilegiada, um toque simples pode deixar o companheiro na cara do gol. Também possui uma vasta chapelaria espalhada por aí...

Jean, o coringa do time. Volante de origem, também joga na lateral direita. Foi responsável pela transição ao ataque, apoiava, arriscava de fora da área e acertava. E, claro, muito bem na marcação.

Gum, invencível pelo alto. Um dos símbolos do time de guerreiros de 2009, a imagem deste vibrando com o gol marcado contra o Cerro Porteño jamais sairá da minha mente. Com a cabeça enfaixada, este se meteu na área, e como um atacante, fez o gol de empate naquele dia. Foi um leão na defesa, e com sua cabeçada mortal nos deu três pontos contra a Ponte Preta.


Os garotos recém chegados da base, Bruno, Carlinhos, Thiago Neves e todos os outros certamente também contribuíram para este título. O ambiente extremamente harmonioso do clube tornou possível este título.

E, é claro, Abel Braga. Dou graças ao presidente Peter Siemsen por tê-lo esperado durante 3 meses no ano passado. Vindo da Arábia, para assumir o Fluminense pela segunda vez, pegou um time "quebrado" após o tricampeonato e após a conturbada saída de Muricy Ramalho. Quase como um "pai" para os jogadores, reergueu o time, terminou o Brasileiro em 3º, e montou a base para a equipe campeã deste ano. Apesar de algumas substituições desnecessárias que nos custaram alguns pontos, conseguiu dar um padrão a equipe que vem dando muito certo até aqui.

Para aqueles indivíduos que dizem: "pague a série B." Eu simplesmente responderei: "Claro, desculpe a demora, você teria troco pra 4?"


É evidente que desde 2007, após o título da Copa do Brasil, o Fluminense é outro time. Respeitado Brasil afora, virou time cascudo, de chegada, acostumado a brigar por títulos. 3 títulos nacionais em 6 anos. Se continuar assim, prevejo um futuro espetacular para o tricolor.


2013 vem aí. É hora de tratar da América. 3ª Libertadores consecutiva. Nesta competição, ter um bom elenco não basta, é preciso saber lidar com a catimba, dentre outros. Que não caiamos num Grupo da Morte outra vez. É hora do verde, branco e grená pintar a América e o mundo!

"Sou tricolor, sempre fui tricolor. Eu diria que já era Fluminense em vidas passadas, muito antes da presente encarnação."
Nelson Rodrigues