sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A hora da revanche?


A grande final masculina do Australian Open 2013, neste domingo, às 6:30 de Brasília, será entre Novak Djokovic x Andy Murray, reeditando a final do US Open ano passado e a final do próprio Australian Open de 2011, vencida pelo sérvio em 3 sets. O retrospecto mostra 10 x 7 para Djokovic. Destes 17 confrontos, 14 foram na hard, com 8 vitórias para o sérvio e 6 para o britânico. No saibro, o tenista de Belgrado venceu as duas partidas e na grama o escocês venceu o único embate.

O atual número 1 do mundo é o favorito, pois, apesar de ter perdido a final do US Open 2012 para o próprio Murray, virá mais descansado que seu adversário. Não assisti à semifinal contra Ferrer, mas o placar e as estatísticas mostra que a princípio o sérvio jogou solto, aproveitando do desgaste físico do seu adversário. Este, também, terá um dia a mais de descanso do que o tenista de Dunblane, sem falar que não ficou nem 2 horas em quadra na semifinal.

Quanto a Andy Murray, que admitiu estar cansado após a semi contra Federer, mostrou que virá para brigar por mais um título de Grand Slam e corroborou que é um  jogador em ascensão... Foi extremamente agressivo, disparou 62 winners contra o suíço, e mais de 20 aces. Também, ganhou mais de 48% nos rallys médios(entre 5 e 8 trocas de bola). Esteve com a tática correta, atacar o ponto fraco do rival, seu revés. Tirando a bobeada no quarto set, quando serviu pro jogo, foi quebrado, e acabou perdendo o set no tiebreak que mostrou lampejos do "velho" Murray, aquele mentalmente instável em alguns momentos. No quinto set, sobrou por estar em melhor forma física do que o suíço, nos seus 31 anos. Só está aonde está até agora porque sua técnica e talento são melhores do que a dos outros, mas seu físico deixa a desejar num 5º set, por exemplo. O atual campeão do US Open ficou em quadra por exatas 4 horas na semifinal. Foi a primeira vitória do escocês sobre Federer num Grand Slam, depois de 4 tentativas.

Djokovic, atual bicampeão consecutivo no primeiro Slam da temporada e tricampeão na Austrália, tentará o tetracampeonato com sentimento de revanche para com o escocês, que o derrotou na final em Nova York ano passado em 5 sets. Deverá entrar a mil por hora, impondo seu jogo agressivo e não deixar seu adversário confortável na partida, e caso a partida se estenda mais um pouco, poderá prevalecer seu melhor físico e dia de descanso a mais. Vem vencendo sem sustos no torneio, com exceção das oitavas, em que batalhou durante 5 horas contra Wawrinka. Mas, o susto parece ter feito bem a este, já que aumentou o nível nas duas últimas partidas.

Se der Murray, este poderá se tornar o primeiro a vencer seus dois primeiros Majors de forma consecutiva. Estará na sua sexta final de Slam, e já saiu da "seca", então certamente tirou um peso das costas. Até a semi, não tinha cedido nenhum set. Natural que fizesse uma partida equilibrada contra Federer, e vencer um dos maiores tenistas da história certamente dá um dose extra de confiança. Se quiser, terá que se sair muito bem no saque e ser agressivo novamente.

Como o jogo será a noite, a quadra estará um pouco mais lenta, então acredito que nestas condições, o jogos de ambos os tenistas se equivalem. Com os fatores externos às condições da quadra, o número 1 é favorito.

Sobre o ranking, em caso de título do escocês este pode "colar" no Federer. Ficará a menos de mil pontos neste e poderá lutar pela vice liderança nos Masters americanos. David Ferrer ultrapassará Rafael Nadal e será o novo 4º do ranking.

De um lado, o sérvio brigando pelo seu sexto título de Slam, na sua décima final. Do outro, Murray tentará ser o primeiro britânico desde Fred Perry em 1934 a vencer o Australian Open.

Quanto a palpites, não gosto muito disto, mas como muitos me pediram no último post, diria que dá Djokovic em 5 sets.

Declaração de Murray após a semi contra Federer:

 "Não sei como vai ser jogar outra final desse nível, agora como um campeão de Slam. Quadra dura é a melhor superfície para Novak, então sei o quanto vai ser duro. Espero jogar um pouco mais do que na final do US Open. Claro que ter vencido Novak em uma final de Slam ajuda na parte mental, porém ele continua jogando extremamente bem.Vou descansar o máximo que puder e jogar o mínino no sábado. Sei que vou estar cansado amanhã e que provavelmente não estarei 100% no domingo". Andy Murray 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A dois passos...




Chegamos à última etapa do Australian Open 2013 masculino antes da grande decisão de domingo, às 6:30 de Brasília. Djokovic x Ferrer se enfrentam na manhã desta quinta-feira, e Federer x Murray travarão duelo na manhã desta sexta. Vamos analisar cada uma das partidas separadamente:

Djokovic x Ferrer

Atual bicampeão na Austrália e lutando pelo tri consecutivo, o sérvio é disparadamente o favorito no confronto. Passou por maus bocados contra Stan Wawrinka nas oitavas, e precisou de mais de 5 horas para derrotar o suíço. Quando todos pensavam que o sérvio entraria em ritmo mais lento e que Berdych daria trabalho nas quartas, o tenista de Belgrado deu uma verdadeira aula no primeiro set sendo agressivo ao extremo, e tirando o deslize no início do segundo, mostrou que está firme e forte na luta por mais um título.

Quanto ao espanhol, esteve muito perto da eliminação diante de Nicolas Almagro, seu maior freguês. Viu seu adversário ser superior durante toda a partida, e quando este sacava para fechar em um triplo 6/4, de certa forma o mental foi pro espaço e viu o cabeça 4 buscar uma improvável vitória. Falta a este uma melhor técnica, um melhor saque, mas raça certamente não lhe falta.

No confronto direto, vantagem para o sérvio em 9 x 5. 4 das 5 vitórias do espanhol foram no saibro. A única vitória na hard foi no ATP Finals, então Masters Cup, de 2007.

Para concluir, Djokovic é o favorito porque claramente é mais jogador que o seu adversário, e vem mais descansado que este. O outro, vem de uma virada improvável após estar à beira do abismo e o físico pode pesar para seu lado, já que ficou quase 4 horas em quadra.

Quanto ao ranking, Djokovic já ultrapassou a marca de 60 semanas de soberania. Com o título, deve garantir o topo até abril. Se ficar com o vice, deverá manter ao menos até Miami. Já Ferrer tomará o quarto lugar no ranking de Rafael Nadal, parado desde Wimbledon e que teve presença confirmada em Viña del Mar e Brasil Open(será que dessa vez vai mesmo?)

Federer x Murray

Jogo simplesmente imperdível. Um dos maiores da história, dono de 17 Slams, contra um dos maiores da atualidade. O tetracampeão na Austrália contra um tenista que, até há pouco, era um jogador talentosíssimo, muito capaz de ir bem mais além do que já tinha ido até então, mas que faltava algo a mais para deslanchar de vez, faltava a última peça do quebra-cabeça para este ficar completo. Desde que Ivan Lendl, dono de 8 Slams, e coincidentemente, só venceu seu primeiro Major após 4 vices em torneios desse porte, passou a treiná-lo, virou um jogador muito mais maduro, confiante e determinado. Para mim, o escocês se tornou um tenista completo após absorver duramente a derrota para o próprio Federer em Wimbledon ano passado. A prova disso veio com a revanche maiúscula na Olimpíada, e enfim, seu primeiro Slam em Nova York. Ali, ele deixou de ser aquele passador de bolas... Naquele dia, até Ivan Lendl sorriu...

O H2H aponta vantagem mínima para o escocês, 10 x 9. Desses 19 confrontos, 17 foram na hard, com novamente apenas 1 partida de vantagem para o escocês: 10 x 9. Na grama, uma vitória pra cada lado. Curiosamente, ambos nunca se enfrentaram no saibro. A última partida foi no ATP Finals onde Federer venceu por 2 x 0.

O britânico vem voando no torneio, sem perder sets. Passou o trator por todos os adversários, enquanto Federer só foi testado de verdade hoje nas quartas, contra Tsonga. Este, no jogo de hoje, quando mais precisou, seu backhand, que tanto lhe causou problemas outrora, fez estrago, como naquele Masters Cup de 2006.

Diria que tenista de Dunblane é favorito, pois vem fazendo melhor campanha, apesar da chave tecnicamente mais fácil, e vem muito confiante após o título do US Open. Federer poderá ter sérios problemas caso a partida se estenda e passe das 4 horas, pois seu adversário virá mais descansado, enquanto este, aos 31 anos, passou mais de 3 horas em quadra hoje.

Para vencer, Murray terá de ser bastante agressivo, como foi na final olímpica. Também vem sacando muito bem no torneio. Federer defenderá depender do saque para encurtar os pontos, e caso não esteja num bom dia nesse atributo, poderão vir os erros... Nas trocas de bola, o escocês leva vantagem devido ao físico. Federer, leva vantagem na técnica... Que seja um grande jogo!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Lá e de volta outra vez...




O ano era 2005 quando um tal de Rafael Nadal, então com 19 anos de idade, derrubava seu compatriota Alberto Martín, e conquistava o Brasil Open pela primeira vez e conquistava também o primeiro de muitos títulos ATP de sua carreira. Naquele mesmo ano, o jovem espanhol conquistaria o primeiro de sete Roland Garros.

Agora, em 2013, após mais de 10 títulos de Grand Slam conquistados, 21 Masters 1000, e longos 200 dias longe das quadras, Nadal anuncia a volta às quadras logo onde tudo começou...

Que momento que o Brasil vive no cenário internacional... No fim do ano passado estiveram por aqui ninguém menos que Roger Federer, Novak Djokovic, Serena Williams, Maria Sharapova, dentre outros... Sem falar na confirmação de um ATP 500 para o próximo ano e a vinda de Venus Williams para o WTA de Florianópolis.

Para muitos dos fãs do espanhol será um sonho realizado, ver de perto o seu ídolo. Certamente terão muitas histórias pra contar, aqueles que se aventurarem em busca de um autógrafo deste... Imagino como deve ser este cidadão jogando ao vivo. Sua movimentação em quadra certamente deve ser algo fora do comum.

Ficou claro que o tenista número 4 do mundo agora irá priorizar os torneios no saibro, visto que, além de ser sua superfície favorita, causa menos desgaste nos joelhos, que tantou lhe causou problemas durante toda a carreira.

O Brasil Open 2013 será de 11 a 17 de fevereiro. Nadal entrará como cabeça 1, e nesta condição, só estreará na quarta ou na quinta-feira. Vamos ver o que será feito do espanhol após tanto tempo parado...

"Estou contente por voltar a jogar no Brasil. Estou especialmente contente por voltar duas semanas antes do previsto. Isso significa que as coisas estão indo bem", comemora Nadal, em entrevista à emissora espanhola TV3 .

Abaixo, o link da notícia da conquista do Brasil Open 2005 pelo espanhol: 

http://www.tenisnews.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=139