quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O início, a redenção e o sonho

Tudo começou no ano 2000, mais especificamente no dia 15/03, então às vésperas de completar 6 anos de idade, uma data especial na família, minha primeira lembrança no Almeidão. O Botafogo - PB enfrentaria o Vasco pela Copa do Brasil daquele ano. Apesar do placar adverso de 3 x 1, logo na minha "estreia" pude prestigiar o primeiro gol do Belo com meus próprios olhos. E era só o início de uma grande história... 

Os anos passavam, as idas ao estádio foram tornando-se mais frequentes, sempre na companhia do meu pai. O ano de 2003 foi o primeiro realmente marcante, no qual brigamos pra subir pra série B até a última rodada, com um grande time com jogadores como Durval, Nilson Sergipano, Lamar e Demétrius. O jogo contra o Campinense pelo quadrangular final foi especialmente marcante porque o gol só saiu aos 42' do 2º tempo e o Almeidão estava lotado de um jeito que eu nunca tinha visto antes. No fim, o acesso não veio, mas o sentimento ficou ainda mais forte. 

Em 2006, outras boas lembranças da final do estadual, no qual não levamos devido à arbitragens extremamente duvidosas em favor de um certo time de CG. Então, de 2007 a 2013 foram dias para serem esquecidos. 6 longos anos sem calendário, elencos fracos, baixo público no estádio, e motivos de zombaria dos rivais... 

Mas o Belo é gigante, e em 2013 nós renascemos. Na batuta de Marcelo Vilar, ganhamos o estadual depois de 10 anos de espera, com um 3 x 0 inesquecível no Amigão, num daqueles jogos pra história, onde precisávamos vencer por dois gols de diferença, e estes só saíram após os 20 minutos da segunda etapa... Infelizmente não pude viajar a CG, mas acompanhei pelo rádio e todos sabemos a angústia que é. No fim, pude soltar o grito que estava há 10 anos entalado. E como 2013 era mesmo pra ficar na história, ainda nos estava guardado o primeiro título nacional da nossa história, que veio no dia 02/11, com um gol aos 46' do 2º tempo de Rafael Aidar, diante de mais de 25 mil torcedores na nossa casa! O Belo havia renascido, o futebol da nossa capital respirava outra vez! 

Continuamos crescendo, no ano seguinte eliminamos um time de série A na Copa do Brasil, fomos bi estaduais e resgatamos o respeito dos rivais... 

Hoje, 28/09/2016, o Belo completa 85 anos de existência. Numa das semanas mais importantes da sua história. Estamos a apenas 2 jogos da tão sonhada série B. Viria pra coroar nossa longa caminhada de redenção, coroar o trabalho de Itamar Schülle e jogadores que já escreveram seu nome na nossa história, como Warley, Plínio, Marcelo Xavier, Michel Alves e muitos outros. Coroar o trabalho da diretoria que se uniu em nome de um bem maior. Coroar a paixão de toda uma cidade, de todo pessoense. Rumo à série B e um BELO dia! Feliz aniversário, Botafogo FC! Estamos juntos!

sexta-feira, 11 de março de 2016

Crítica de "A Bruxa" (2015)



Se você está planejando adentrar na sala de cinema na expectativa de que vai ver mais um filme assustador, com mortes sangrentas, sustos deliberados e uso abusivo de CGI, passe longe! “A Bruxa” é um terror de arte, no qual vai soltando elementos no decorrer da trama, até chegar a um clímax apavorante, assim como vimos nos clássicos “O Exorcista” e “O Bebê de Rosemary”.

Estamos na Nova Inglaterra, EUA, em 1630, onde uma família camponesa muito pobre vai morar nos arredores de uma floresta, e seu filho caçula é seqüestrado. Esta família, formada por fortes valores cristãos, atribuem o desaparecimento a uma bruxa que vive na floresta.

O longa acerta em representar muito bem a época, seja nas vestimentas ou na linguagem, com o uso de palavras em desuso como “vós” e “sois”. O diretor estreante Robert Eggers, com um orçamento de apenas US$ 3,5 milhões em mãos, e que foi premiado no Festival de Sundance, prefere se utilizar da luz natural e de velas nas cenas, dando uma fotografia limpa e um tanto sombria à noite. O elenco, então desconhecido, possui atuações surpreendentes, em especial de Anya Taylor Jay, que interpreta Thomasin, e Harvey Scrimshaw, o garoto Caleb, que nos entregam atuações perturbadoras, como se fossem veteranos no gênero do terror.

Com uma narrativa lenta, o que pode incomodar quem está acostumado a filmes como “Invocação do Mal”, por exemplo, o diretor vai explorando aos poucos a convivência da família, onde a fé exacerbada acaba culminando em um série de acontecimentos que mudará o rumo desta para sempre. Até um certo ponto, suspeitamos que a bruxa não é real, até chegarmos a uma reviravolta na trama e tudo ficar claro (ou nem tanto assim).

Há poucas cenas assustadoras de fato, mas o suspense está sempre presente, seja na floresta, ou até mesmo dentro de casa, naquele clima melancólico de um jantar a luz de velas, e muitas vezes pelo silêncio total ao redor da casa.

Realmente existe uma bruxa na floresta? O que é o pecado e quais as consequências de cometê-lo, do ponto de vista de uma simples família camponesa do século XVII? É por esse meio que o filme é guiado, deveras ignorante, mas totalmente pertinente com a época, visto que a Idade Média e a Inquisição ainda era algo recente, e alguns anos adiante ocorreu o julgamento das Bruxas de Salem.

Os minutos finais são simplesmente apavorantes. Tudo foi bem construído até chegar ao clímax, e este te fará ficar grudado na cadeira, apenas apreciando o desfecho desse excelente filme, que, repito, não é para um público qualquer. Se você está familiarizado com Regan MacNeill, com o vampiro Nosferatu e outros filmes de terror antigos, seja bem vindo, o velho terror ainda vive! Você certamente verá o melhor filme de terror em muito tempo! E se você tiver uma casa no campo e vir um bode andando por aí, recomendo não trazê-lo para casa...



Nota: 9