domingo, 17 de março de 2013

"Eu voltei..."






Eu voltei!
Agora prá ficar
Porque aqui!
Aqui é meu lugar
Eu voltei pr'as coisas
Que eu deixei
Eu voltei!...”
São com os versos acima da música de Roberto Carlos “O portão” que começo a escrever sobre o 3º título de Rafael Nadal em Indian Wells. O espanhol, que voltou mês passado ao circuito depois de 7 meses, levantou o terceiro troféu em quatro torneios disputados neste ano. A história (re)começou a ser contada no Brasil Open, onde sagrou-se bi, e em Acapulco onde foi campeão absoluto. A conquista do ATP brasileiro, foi importantíssima para o espanhol deslanchar na carreira em 2005, e parece que a história está se repetindo.

Nestes 7 longos meses, ouvimos rumores que Nadal voltaria no US Open, o que não se concretizou, rumores que voltaria no Australian Open, que não se concretizou, e até mesmo rumores sobre uma aposentadoria precoce do espanhol. Depois da derrota na final de Viña Del Mar, aquela parecia ser, para os céticos, o início do fim

Após Acapulco, nada mais natural que Nadal parasse por um tempo e voltasse apenas em Monte Carlo, pois o retorno era precoce, e a superfície de cimento seria mais agressiva para seu joelho em recuperação. Até mesmo site chegou a anunciar, erroneamente, que o canhoto espanhol não disputaria o primeiro Masters da temporada. Mas, ele surpreendeu a todos e resolveu arriscar. E foi um tiro certeiro no escuro!

Na estreia, sofreu um pouco no primeiro set, mas jogou bem no segundo e passou. Na terceira rodada, avançou automaticamente por desistência do adversário. Nas oitavas, teve uma parada duríssima contra o valente Ernests Gulbis e precisou de 3 sets pra avançar.

Nas quartas, ocorreu o 29º confronto contra Roger Federer, e pela 19ª vez triunfou, diante de um adversário longe da forma física ideal. Na semi, jogou muito bem contra Tomas Berdych e venceu em sets diretos.

Na grande final, enfrentou Juan Martín Del Potro, que vinha embalado por vitórias consecutivas sobre Murray e Djokovic, inclusive acabando com a série invicta de 22 vitórias do líder do ranking.

Debaixo do forte calor californiano, o tenista de Manacor abriu 3/0 no 1º set, sendo agressivo e o adversário ainda buscando seu melhor jogo. Teve a chance de abrir 4/0, mas foi quebrado após bobear no 40/30, e a partir de então, o argentino ganhou confiança e passou a fazer seu jogo, com direitas poderosas. Mantendo o embalo, empatou o set em 3/3. Passou a subir à rede, bateu com mais força na bola e chegou a uma nova quebra contra o espanhol. No décimo game, fechou em 6/4.

A tática do espanhol era atacar a esquerda do rival. Mas, o momento era do argentino, que abriu 3/1 no segundo set e se encaminhava para o primeiro título de Masters 1000 da carreira. Só que do outro lado da quadra estava Rafael Nadal, vencedor de 11 Grand Slams, 599 vitórias na carreira, sedento pelo título para coroar de vez seu retorno as quadras após a parada forçada. No sexto game, devolveu a quebra, acelerou seu jogo e fechou em 6/3.

No terceiro e decisivo set, o tenista de Tandil, aparentando nervosismo, errou mais, e Nadal, mais inteiro fisicamente, conseguiu uma quebra. No penúltimo game, o argentino ainda salvou bravamente 3 match points até confirmar, mas no game seguinte o número 5 do ranking enfim fechou, se atirou ao chão, e vibrou como se fosse a primeira vez.

Foi o 22º título de Masters 1000 do agora tricampeão de Indian Wells, retomando a liderança e o recorde de torneios deste tipo conquistados. Pra ficar melhor, ainda foi a 600ª vitória na carreira, o que o torna o 20º tenista mais vencedor da história. Também, foi o primeiro título do espanhol numa quadra hard desde Tóquio 2010.

Assim, Nadal, que deverá pular Miami e voltar só em Monte Carlo, ultrapassa David Ferrer, e é o novo número 4 do mundo. Já Del Potro permanece como sétimo melhor do ranking, desperdiçando a chance de ascender a sexta colocação em caso de título.

O fenômeno Rafael Nadal, 26 anos, que tem o outro “fenômeno” Ronaldo como seu ídolo, tal qual o último deu a volta por cima após uma lesão seríssima, mostrou a todos que está, incontestavelmente de volta!