domingo, 30 de junho de 2013

Crítica de "O Homem de Aço"



O ano era 1978. Superman- O Filme estreava nos cinemas. Apesar das limitações tecnológicas, o filme foi uma unanimidade, um dos melhores filmes de super-herói já feito. Christopher Reeve ficou eternizado no papel do herói, assim como Gene Hackman como Lex Luthor, como uma atuação brilhante como o irônico vilão. John Williams, também responsável pela trilha sonora de "Star Wars", "Tubarão", entre outros, deixou sua marca. O roteiro era do genial Mario Puzo, responsável por trazer, com a direção de Francis Ford Coppola a trilogia "O Poderoso Chefão" nos anos 80. Puzo também escreveu o roteiro da sua continuação, que foi um filme tão bom quanto seu antecessor, se não fosse as cenas de humor pastelão tiradas da cabeça do diretor Richard Lester, que dirigiu a pífia sequência deste. Melhor nem falar do quarto filme...

Em 2006, agora dirigido por Bryan Singer, presenciamos "Superman-O Retorno". Ao contrário de muitos, achei um bom filme. Brandon Routh esteve à altura de Christopher Reeve, assim como Kevin Spacey de Gene Hackman, e apesar da longa duração, foi um satisfatório retorno do Homem de Aço aos cinemas.

Um ano antes, Batman Begins estourava nos cinemas. O início da trilogia mais bem sucedida de um super herói nos cinemas foi uma unanimidade, assim como suas duas sequências, duas obras primas. Foi um respiro aliviado da DC Comics, após ver a Marvel no topo com Homem-Aranha 1 e 2.

Em 2012, "Os Vingadores" da Marvel foi um sucesso absoluto. A DC também fecharia a trilogia do Batman com sucesso no mesmo ano. Faltava a última ficha, um filme da Liga da Justiça. E, para isso, resolveram recriar a história do herói kryptoniano. Chamaram Zack Snyder para a cadeira de diretor. Talentossísimo, dirigiu "300'' e Watchmen. O produtor seria Christopher Nolan, o diretor da espetacular trilogia do Batman. O roteiro, de David Goyer, que escreveu o roteiro da trilogia do Homem-Morcego ao lado de Nolan. A trilha sonora desta vez ficaria a cargo de Hans Zimmer, responsável também pela trilha do Batman.

Então, com tudo conspirando a favor, chegou, enfim, o momento de assistir ao filme, com as expectativas estratosféricas. E o resultado pra mim, foi decepcionante...

Zack Snyder, com exceção de três ou quatro cenas isoladas, parece que não teve liberdade para filmar como queria. As cenas de ação que deveriam ser grandiosas, mais pareciam ter o dedo de Michael Bay, tamanha destruição sem fim causando monotonia ao filme e o deixando sem ritmo. Nova York(Metropolis) parece ter sido mais atingida do que no filme "O dia depois de amanhã". 50% da cidade destruída só pra mostrar o poder que Superman e Zod têm e a destruição que poderiam causar? Realmente, um menino de 4ª série acharia interessante colocar isso no seu filminho de escola. Nave alienígena saindo tentáculos e perseguindo o Superman por quilômetros???

Sobre as atuações: Henry Cavill não está mal como Superman. Sim, como Superman, porque o fator Clark Kent é deixado de lado o filme inteiro, só vindo a tona no último ato. Filmar algumas cenas e berrar loucamente na maioria delas é algo que faria bem. Amy Adams não me convenceu muito como Lois Lane. Sua personagem saiu do estereótipo de mocinha indefesa, mas me parece que ele não deu tudo de si na atuação, tal qual Marion Cotillard em Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Então, ela não é aquele par romântico de super herói que criamos uma identificação como Mary Jane no Homem-Aranha. Até com Margot Kidder, a Lois Lane original, criei mais simpatia! E sobre o Zod de Michael Shannon, apesar de ser mais complexo que o Zod do filme de 1981, me pareceu caricatural mesmo assim. O achei um vilão comum, que abusou do privilégio dado pelo Sol a este. Sua obsessão pelo Superman o fez destruir uma cidade inteira. Pobre Nova York que sempre sobra de pano de fundo pra isso! Como se não bastasse, o Zod tem um exército de kryptonianos com naves ultra-avançadas que parecem ter sido ideia de Steven Spielberg.

Russell Crowe está bem como Jor-El, cujo papel já foi de Marlon Brando. O roteiro traz diálogos idênticos ao do filme original de 1978. Sei que pode ter sido uma homenagem, que seria bem-vinda, mas mostra de qualquer forma que faltou inspiração a David Goyer.

A cena final, mostrando aquele lado do Superman que todos queremos ver, dá uma sobrevida a este filme e nos deixa esperançosos que a continuação será melhor.(mas por favor, olha a maneira que ele consegue o emprego!!!!! será que é tão fácil assim exercer esta profissão?)

Superman está de volta. De uma forma não muito convincente. Sobre este filme, será 8 ou 80. Ou você o amará ou o odiará. Infelizmente, tive de ficar com a segunda opção. Zack Snyder e Christopher Nolan certamente podem fazer mais que isso. E espero que se redimam na continuação.

Nota: 5