sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Déjà vu?


O que falar da terceira final consecutiva de Grand Slam entre Nadal x Djokovic? O sérvio vem de 6 vitórias seguidas contra o espanhol, vem de uma vitória épica contra Murray, num jogo de quase 5 horas de duração, e estará com a confiança altíssima para a decisão. Mas será que não sentirá o desgaste físico e mental depois de um jogo tão longo? Não é bom responder com certeza, já que há 3 anos, na mesma Rod Laver Arena da final de domingo, durante as semifinais do Aberto da Austrália daquele ano, Nadal batalhou por mais de 5 horas contra Fernando Verdasco, até sair vencedor, e só tinha 1 dia de descanso até a final contra Federer, que vencera um dia antes Andy Roddick em 2 horas e 5 minutos.
Nadal vem de vitória sobre o freguês Federer, e vem melhorando a cada jogo, mas será que o físico aparentemente superior por ter jogado menos tempo será suficiente?
O próprio Nadal admitiu na sua biografia, que não conseguiu treinar na véspera da decisão contra Federer, em 2009, devido ao desgaste, mas ao chegar na final, conseguiu se impor no jogo apesar da maratona do jogo anterior, e depois de mais de 4 horas, sagrou-se campeão e levou o tenista nascido na Basileia as lágrimas.
Se o malorquino quiser vencer, terá de ser bastante agressivo e possuir um saque potente e mortal no primeiro serviço, também sacando aberto no revés de um adversário destro, a principal arma que usou para vencer o sérvio numa das últimas vezes que o derrotou, no US Open de 2010. Vale lembrar naquele ano que o espanhol já havia conquistado Roland Garros e Wimbledon naquele ano, e estava com a confiança altíssima. O sérvio vive situação parecida, com 3 títulos de Slam conquistados em 2011.
Ao espanhol, deverá também melhorar seu revés, angulando as bolas e mandando bolas fundas, quando necessário. É necessário também, não se posicionar tão atrás da linha de base para receber o saque, que o ajudou bastante no quinto set contra Berdych, quando finalmente se adiantou mais para receber o saque e melhorou consideravelmente nas devoluções.
Quanto ao sérvio, deverá repetir a estratégia dos últimos jogos. Bom aproveitamento do primeiro serviço, ganhar a maioria dos pontos nas trocas de bola, jogar como nunca os pontos importantes, ir minando a confiança do espanhol, e principalmente, ser bastante competente nas devoluções.
Quem vencer será na superação, já que Nadal está jogando com o joelho enfaixado desde o início do campeonato, resultado de um "estalo" sentido durante um treino, e Djokovic vem aparentando sentir dores também.
Será que veremos um déjà vu, ou Nadal mostará novamente quem é e que quer o topo outra vez?

Curiosidades:

.Será o 30º confronto entre Nadal x Djokovic, o sétimo no intervalo em menos de um ano, já ultrapassando em 3 jogos a quantidade de partidas disputadas entre Nadal e Federer
.Ano passado, contra Nadal, Djokovic venceu 14 sets nas 6 partidas disputadas contra Nadal(quatro em melhor de 3 sets e duas em melhor de 5), e o espanhol venceu apenas 4.
.Quanto aos games, foram 104 vencidos pelo sérvio e 58 vencidos pelo espanhol(contabilizando os tie breaks como um game) em 162 disputados no total.
.Nadal derrotou Tommy Haas no mesmo campeonato em 2009, por 3 sets a 0. O mesmo ocorreu este ano.
.Djokovic defende mais de 13 mil pontos esse ano. Caso seja campeão, defenderá o título do ano passado, se tornará tricampeão na Austrália, se igualando a Mats Wilander. Caso Nadal seja campeão, este será seu 11º Slam, igualando-se a Borg, o outro hexacampeao de Roland Garros, e a Rod Laver, tenista que leva o nome da quadra que será palco da final de domingo. O espanhol, nos últimos 8 Slams, chegou a final em 7 e ainda diminuirá a menos de dois mil pontos a distância até Djokovic, já que chegou as quartas no AO ano passado, caso levante o troféu.
.Djokovic poderá se tornar mais um na lista que inclui Federer e Nadal a ganhar 3 Slams consecutivos, mesmo que em anos diferentes.
.O sérvio afirmou hoje, na coletiva após a vitória em cima de Murray, que "Nadal sempre será um grande desafio" e agradeceu ao espanhol e a Federer por terem feito o tenista que ele é hoje.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Duelo de gigantes em Melbourne



Deu o quarteto fantástico novamente nas semis de um GS. O top 4, formado por Djokovic, Nadal, Federer e Murray venceram todos os 5 jogos anteriores e agora terão que se enfrentar se quiserem sagrar-se campeões na Austrália. A história do último US Open se repete, mas desta vez teremos Nadal x Federer, no qual será o 27º confronto entre ambos, e pela primeira vez numa semifinal de Major desde a semi de RG 05, quando ocorreu a primeira vitória do espanhol sobre o suíço num Slam, e Djokovic x Murray se enfrentando pela 11ª vez. Abaixo, falarei deles individualmente...

Nadal x Federer

O confronto direto aponta considerável vantagem do espanhol sobre o suíço, dezessete vitórias contra nove...
Nadal perdeu apenas um set no caminho até a semi, no confronto memorável contra Berdych nas quartas, onde Nadal foi se superando e evoluindo ao longo do jogo até chegar a vitória, após mais de 4 horas de batalha... O espanhol mostrou muita garra, o forehand estava em dia, falta melhorar a potência do saque e o aproveitamento do primeiro serviço...
Federer, nas quartas, venceu Del Potro, seu algoz da final do US Open 2009, mostrando um revés muito bom, a principal peça para vencer Nadal, o saque bom de sempre, e uma direita boa, apesar de um pouco lenta as vezes...
É impossível apostar num vencedor... Quem vencer o primeiro set, dará um grande passo rumo a vitória, principalmente o espanhol, já que causaria um grande baque no suíço, que assim perderia o primeiro set no torneio e logo para quem já o derrotou tantas vezes... A questão mental também parece ser uma questão delicada para o vencedor de 16 Slams, já que em RG ano passado, chegou a abrir 5/3 no primeiro set, tomou a virada, perdeu a confiança, não foi mais o mesmo e perdeu o jogo... Para dar trabalho ao espanhol, precisa estar com um backhand preciso, o primeiro serviço encaixar bem, arriscar nas subidas a rede, e é claro, não dar viajadas no jogo e o mental ir embora...
Nadal devera adotar a mesma tática de sempre, atacar o revés do rival, contra-atacar o mesmo na rede, e conforme o jogo passar, minar a confiança do outro, forçando-o a cometer erros...

Vi por aqui na net que alguns apostam em Federer devido ao fato do longo jogo entre Nadal x Berdych nas quartas, onde o espanhol passou mais de 4 horas em quadra, e venceu vibrando como há tempos não via, e Federer venceu Del Potro em menos de 2 horas... Eu concordo e discordo dessa afirmação... Discordo porque em 2009, Nadal venceu a semifinal contra Verdasco em mais de 5 horas, e na preparação para a final, estava exausto, inclusive revelou em sua biografia que nem conseguiu treinar para a decisão, e mesmo assim, derrotou Federer no dia seguinte, em 5 sets, passando mais de 9 horas em quadra, nos dois jogos. O espanhol descreveu em sua biografia que naquele jogo estava "vencendo a exaustão". Federer, aos 30 anos, fica difícil dizer se ele aguenta jogar no mesmo ritmo por mais de 4 horas, se for o caso...

Eu também concordo, pois 3 anos se passaram desde aquele jogo, e o espanhol pode não ter o mesmo físico de antes, e num jogo de muitas trocas de bola, poderá sucumbir ao cansaço, e Federer deslanchar jogando bem no saque e voleio, e no saque adversário, se perder potência...
Um caminho mais fácil para o espanhol seria não se posicionar tão longe da linha de base, já que assim, melhoraria sua devolução...

O último confronto entre ambos, no ATP Finals, deu Federer por 6/3, 6/0 contra um Nadal apático, esgotado mentalmente, provavelmente após a série de derrotas para Djokovic, e sofrendo com problemas de contusão...

Amanhã, a partir das 6:30 de Brasília, veremos uma novela que começou há 8 anos, numa simples partida de oitavas-de-final de Masters ganhar mais um capítulo... Então, que vença o mais competetente...

Djokovic x Murray
Djokovic fez um 2011 espetacular, vem com a confiança altíssima e perdeu apenas um set contra Lleyton Hewitt, talvez por ter relaxado demais naquele terceiro set... O confronto contra Murray, o sempre criticado Murray, por nunca ter vencido um Major promete ser equilibrado se o escocês não der as suas rotineiras viajadas, ser firme mentalmente, ter sangue frio e bom aproveitamento de primeiro serviço, o que é essencial. Esse jogo poderá nos mostrar se o trabalho do britânico com Ivan Lendl estará dando resultado...
A Djokovic, resta o mesmo de sempre, pancadaria sem fim do fundo do quadra, muita consistência nos golpes, bom saque, defender-se bom e forçar erros do adversário...
O confronto entre ambos aponta ligeira vantagem para o sérvio, com duas vitórias do sérvio no ano passado, uma na final do Aberto da Austrália(este será uma reedição) vencida pelo sérvio, bastante confiante em sets diretos, e outra em Roma em 3 sets, num jogo onde Murray sacou para o jogo em 5/4, foi quebrado e acabou sucumbindo no tie break... O jogo vencido pelo britânico foi na final de Cincinatti, quando venceu o primeiro set por 6/4 e Djokovic desistiu após estar perdendo o segundo por 3/0, alegando contusão(ou se foi para escapar do pneu, não sei)...
A reedição da final anterior também promete, com o britânico com um treinador especialista em GS, com fome de "copar" um, após três vice campeonatos num torneio desse porte, e provavelmente com outra cabeça devido ao ensinamentos do técnico, e um Djokovic absoluto no topo do ranking mundial lutando pelo tri e apenas no início da longa montanha a escalar que tem esse ano(defender os mais de 13 mil pontos conquistados ano passado...)


P.S. Peço aos frequentadores do blog para comentarem na caixinha abaixo. Obrigado!

sábado, 14 de janeiro de 2012

Australian Open 2012



A temporada 2012 de tênis já teve início e amanhã tem início o primeiro Grand Slam da temporada, diretamente de Melbourne, Austrália, que promete ser imprevisível como sempre, e que poderá nos dar uma boa noção(ou não)do que esperar dos tenistas no decorrer do ano.

O que esperar dos tenistas:

Novak Djokovic

Melhor tenista disparado de 2011, número 1 do mundo, vencedor de 3 Slams, 5 Masters 1000, Nole conseguiu a façanha de derrotar Nadal seis vezes seguidas, e vem com a confiança em alta mesmo depois da má campanha nos últimos torneios do ano, como no ATP Finals. O sérvio, se mantiver o nível do primeiro semstre do ano passado, tem tudo para faturar o tri. O mesmo acredita ser capaz de repetir a última façanha.

Rafael Nadal


Na última temporada, o tenista de Manacor conquistou apenas um Grand Slam, 1 Masters 1000 e um ATP 500, sofreu 2 derrotas em finais de Majors, e seis derrotas seguidas pro sérvio, e viu uma diferença de 16 x 7 no H2H diminuir para 16 x 13. Resolveu mudar a raquete, adotando um modelo mais pesado, provavelmente para dar mais potência nos golpes e no saque. A ideia vinha dando certo no ATP de Doha, mas Nadal caiu para um guerreiro e monstruoso Monfils nas semis. A questão mental do espanhol numa provável final contra Djokovic poderá pesar...
No sorteio das chaves, ficou definido que poderia enfrentar Federer nas semis, já que estão do mesmo lado desta. É bom começar vencendo esse GS para voltar a ter confiança e tornar-se o favorito para conquistar um inédito hepta em Roland Garros, ultrapassando a marca de Borg.

Roger Federer

Aos 30 anos, o suíço número 3 do mundo acumulou altos e baixos em 2011. Não venceu nenhum Grand Slam desde 2003, só chegou a final em um, mas em compensação viveu grande fase no final de ano, conquistando novamente o ATP Finals. Desistiu em Doha devido a um problema nas costas, e se isso não interferir no seu jogo, obviamente pode ir longe no torneio.

Andy Murray

O escocês sempre é criticado devido ao fato de nunca ter vencido um Grand Slam, inclusive já bateu na trave 3 vezes, perdendo uma vez para Federer no US Open, outra na Austrália e ano passado foi novamente vice, perdendo para Djokovic. Para tentar reverter isto, contratou Ivan Lendl como seu treinador, vencedor de 8 GS, e parece prometer nesta temporada.

Thomaz Bellucci

O brasileiro ano passado vinha fazendo o melhor torneio da sua vida, no Masters 1000 de Madrid, derrotando Murray e Berdych em sequência. Chegou até a tirar um set do até então imbatível Novak Djokovic, mas acabou sofrendo a virada. Depois, quedas precoces em RG, WB e um segundo semestre fraco custaram o fim da parceria com Larri Passos, ex-treinador de Gustavo Kuerten, e o anúncio do argentino Daniel Orsanic no lugar. A questão mental sempre foi o fraco do paulista, que já perdeu inúmeros jogos no tie break.

Demais tenistas

David Ferrer, Tomas Berdych e Juan Martin Del Potro são jogadores perigosíssimos num ótimo dia, e tem plenas condições de eliminar um dos top 4 num dia assim, como também Gael Monfils e Jo-Wilfried Tsonga. Este último, em 2008, ainda um desconhecido e sem ser cabeça de chave, chegou a final do AO derrotando Nadal na semi por incríveis 3 x 0. Na final, chegou a vencer um set sobre Djokovic, mas sofreu a virada. O top 5 deverá ser sua meta esse ano...

O AO promete... Djokovic dará sinais que poderá repetir a campanha espetacular do ano passado? Nadal dará sinais que está dando a volta por cima? Federer mostrará que é como vinho, quanto mais velho melhor? Murray vencerá seu primeiro Slam?

A partir de amanhã iremos descobrir...