segunda-feira, 23 de maio de 2011

Amargo começo para o tricampeão

O ano era 2009, e o Fluminense Football Club tinha apenas 18 pontos em 27 rodadas num total de 38 no Campeonato Brasileiro. Os matemáticos, diziam que o time tinha 99% de chances de rebaixamento. Os jornalistas, diziam que já caiu. Os torcedores de times rivais zoavam, zoavam e zoavam... O Tricolor das Laranjeiras teria que vencer 7 partidas e empatar ao menos uma, para escapar da série B. E, o milagre veio...

Foi no Couto Pereira, estádio em que o mandante do jogo comemorava 100 anos de vida, e precisava apenas de uma vitória para escapar de um vexame histórico. Do outro lado, para o Fluminense, um empate bastava. E, ao apito final, o time visitante conseguiu o improvável. A torcida do Coritiba, incorformada, invadiu o campo, em atos deploráveis, vergonhosos de vandalismo, virando uma verdadeira batalha campal. Após tudo isso, o Fluminense ficou conhecido como "time de guerreiros".

Em 2010, o treinador Cuca, um dos grandes responsáveis pela permanência na Série A, foi demitido por justa causa após a classificação na Copa do Brasil(sim, classificação). A diretoria resolveu investir em Muricy Ramalho, técnico tricampeão brasileiro com o São Paulo F.C. , considerado o "rei dos pontos corridos". E, durante 23 rodadas, como dizia Nelson Rodrigues, "o Fluminense sempre era o líder por uma semana".

A última rodada era no dia 5 de dezembro. O Flu, líder, só precisava de uma vitória para levantar o caneco após 26 anos, e superando várias lesões de jogadores considerados peças-chaves do time, sagrou-se tri do Brasil com um gol de Emerson, com a bola passando nas canetas do goleiro adversário, cobrindo nosso país de grená, verde e branco.

Título conquistado, Libertadores a vista, treinador tetracampeão brasileiro no banco, jogadores de nome como Fred, Deco e Emerson a disposição,e chegada de mais alguns jogadores, o Fluminense tinha tudo para fazer um ano inesquecível. Mas, ficou só no papel.

Primeiro, péssima campanha na primeira fase da Libertadores, e Muricy Ramalho pede demissão após um "Fla-Flu", alegando impossibilidade de se continuar trabalhando nas Laranjeiras por falta de estrutura, chegando até mesmo a afirmar que havia ratos no vestiário. Isso causou bastante irritação no recém empossado presidente Peter Siemsen, que já havia demitido o vice de futebol Alcides Antunes.

Assim, a diretoria resolveu apostar em Enderson Moreira, ex-auxiliar técnico de Abel Braga no Internacional, enquando o técnico campeão do mundo não chegava de seu time no Qatar.

Na última rodada da Libertadores, contra o Argentino Juniors, o Fluminense precisava vencer por dois gols de diferença, na casa do adversário, precisando secar o Nacional-URU. Para piorar, Emerson, herói do tri, foi afastado por atos de indiscipina, causando calafrios na torcida, já que a mesma achou que poderia afetar o desempenho da equipe. Mas, no fim, o que aconteceu foi uma vitória épica por 4 x 2, com o gol da classificação aos 43 do segundo tempo.

Nas oitavas, bom resultado em casa e vitória por 3 x 1 em cima da Libertad, time com a segunda melhor campanha da fase de grupos e até então invicto. Mas, no Defensores del Chaco, o Flu levou de 3 x 0, com o time todo na retranca, grande erro de Enderson Moreira, e acabou dando adeus de forma melancólica a mais importante competição das Américas.

Agora, é hora de apostar as fichas e tentar o tetra no Brasileiro, mas, pelo jeito depois de ontem Abel Braga, quando chegar não terá vida fácil. Ao invés de escalar Souza para dar mais ofensividade a time, escalou Diogo, que é volante, para melhorar a defesa, que já contava com a volta de Leandro Euzébio, e assim Edinho havia retornado para sua posição de origem. O jogo, atuação pífia de Conca, principal jogador do time, e de todos os outros, e fomos derrotados pelo hexacampeão brasileiro por 3 x 0.


Para a torcida, a paciência acabou. Só nos resta esperar por Abel, na esperança de reencontrar o caminhos das vitórias...

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