sexta-feira, 5 de março de 2021

Crítica de "Wandavision"


 

 

 Com um ano de atraso e mudança de planos devido a pandemia, a Fase 4 do Universo Cinematográfico Marvel se iniciou com Wandavision, uma série de TV para o Disney+, formato inédito para a Marvel Studios até então, trazendo mais uma inovação para a história de sucesso que já é contada há 13 anos.

Homenageando sitcoms americanas, da década de 1950 até os dias atuais, passando por The Dick Van Dyke Show, Feiticeira, Modern Family, entre outras, a história se passa 3 semanas após Vingadores Ultimato, onde Wanda Maximoff, muito abalada após perder seu namorado Visão e ter passado 5 anos “blipada” após o estalo de Thanos, acaba criando uma realidade paralela, chamada de “Hex” com uma vida perfeita junto ao namorado sintozoide na pequena cidade de Westview, que ela sempre pretendeu ter.

Retratando muito bem cada época, seja pelo cenário, o machismo presente na sociedade, figurino e até as gírias, cada episódio, com exceção do 4º, retrata uma década, desde o formato de tela 4:3 até chegar nos dias atuais e voltar ao estilo tradicional 16:9, inclusive com o uso do widescreen para as cenas fora do Hex.

Estrelando Elizabeth Olsen e Paul Bettany, ambos excelentes como o casal protagonista, com Paul mostrando um lado cômico que não havia sido visto antes, a história vai sendo contada em episódios em torno de 40 minutos, pecando em alguns momentos por soluções simples de roteiro e muitas pistas falsas colocadas durante vários momentos. Completam o elenco Kathryn Hahn como Agnes/Agatha Harkness, a vizinha intrometida que futuramente é revelada como a grande vilã, que está muito à vontade no papel e que também possui excelente timing cômico. Teyonah Parris estreia como Monica Rambeau, já vista criança em “Capitã Marvel” e que se torna a Fóton, a nova heroína do MCU. Randall Park e Kat Dennings retornam como o Agente Woo e Darcy Lewis, mas seus personagens são subaproveitados e não possuem nenhum desenvolvimento. Evan Peters é a grande surpresa na série, que gerou muitas expectativas nos fãs, mas no final acabou sendo frustrante. Julian Hilliard e Jett Klyne interpretam Billy e Tommy, os filhos da Wanda com poderes de telecinese e supervelocidade, gerados de maneira peculiar, ambos bem carismáticos e que certamente se juntarão aos Vingadores no futuro como Wiccano e Célere. E Josh Stamberg interpreta o Diretor Hayward, diretor da SWORD, uma agência nos moldes da SHIELD que acaba se revelando apenas mais um vilão genérico.

Bebendo da fonte dos quadrinhos como “Vingadores A queda”, “Dinastia M”, e outros, a série adapta vários aspectos do material original, mas toma a liberdade de seguir seu próprio caminho, o que não é ruim, mas muitas entrevistas dos atores, envolvidos na produção e o próprio roteiro com pistas falsas acabaram por gerar um hype muito maior do que deveria, e no episódio final, onde enfim vemos a transformação da Wanda em Feiticeira Escarlate (assim nunca chamada antes por problemas coma Fox pelos direitos da personagem) pouca coisa se concretiza e ainda sobram muitas perguntas a serem respondidas. Houve expectativa de uma participação do Dr. Estranho, do Mephisto, inclusive com várias citações ao diabo, mas não passaram de fan services. O que Paul Bettany falou acerca do ator misterioso que ele sempre quis trabalhar e quem realmente era foi muita sacanagem...

Com um último episódio competente, mas não perfeito, a série no geral cumpre bem seu papel, de explorar o luto da Wanda pós estalo, afinal “o que é o luto senão o amor que perdura”, mas ainda deixa muitas pontas soltas que poderiam ter sido respondidas aqui. Que fique a lição do que não deve se repetir futuramente...

Dirigida totalmente por Matt Shakman, algo incomum para uma série de TV que geralmente alterna os diretores, este fez um trabalho competente, com os episódios possuindo um bom ritmo, cada um com suas particularidades, exceto nas cenas de ação do último episódio, onde com cortes bruscos acabou comprometendo um pouco a qualidade das lutas e sua total imersão.

Mal teremos tempo para absorver o fim de WandaVision, pois em 15 dias já teremos “Falcão e o Soldado Invernal”. Até lá!

Nota: 8,5

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com tudo q vc escreveu.

    Muitas coisas foram super bem feitas, mas outras coisas importantes não foram aproveitadas como deveriam. O último episódio respondeu pouca coisa e deixou mas pontas soltas pros filmes q só vão sair daqui a 1 ano ou mais. Fóton teve uma.participacao tímida, não tivemos nenhuma aparição e Paul Bettany trocou geral, com uma piadinha sem graça.

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